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Archive for the ‘Criticas’ Category

As séries do canal americano FX sempre lidam com temas dos mais delicados. E mais uma vez eles acertaram na mosca: uma revista de fofocas, e sua relação promíscua com as celebridades é um prato cheio para mais uma ótima investida. Mas dessa vez parece que ficou faltando algo no meio do caminho…

Não, não pensem que Dirt é essa bomba toda que a mídia americana vem anunciando (aliás, parece que eles estão mais interessados na manutenção da “Friends Curse” pra continuarem fazendo notícia, numa rima não intencional com o próprio tema da série em questão).

Dirt é centrada em Lucy Spiller (Cox), editora-chefe de duas revistas: a Now, com conteúdo mais light e a Drrt (se escreve assim mesmo), que é onde a merda é jogada no ventilador de fato. O ponto fraco da série é justamente ela. Atenção, fãs da atriz: a culpa, pelo menos no primeiro momento, não parece ser dele. Aqueles que acompanham TV sabem que ela está cheia de protagonistas fortes (Veronica Mars, House, Jack Bauer, Dexter, a lista vai longe), a Spiller tenta desde o princípio se incluir nesse grupo, e o roteiro joga diversas características para que nós possamos identificá-la, mas no final do episódio fica aquela impressão de “Quem é ela?”. Ela trabalha demais, pratica sexo casual, consome cocaína pra combater a solidão e… é isso. Ela tem várias cenas isoladas, mas lhe faltou um arco dramático consistente.

Quem realmente teve os tais arcos foram dois coadjuvantes. Holt McLaren (Josh Stewart, o melhor em cena) é um ator em decadência que se vê obrigado à se vender para a revista à fim de tentar ressuscitar sua carreira (sua outra alternativa seria participar do Dancing With the Stars, referência esperta do roteiro). Sua namorada é interpretada pela (muito, muito) linda Laura Allen. A seqüência dos dois na boate pode ser considerada desde já a turn on scene do ano. Assistam e entenderão.

Outro coadjuvante com boa participação é Don Konkey (Ian Hart). Ele é um fotógrafo esquizofrênico (!), o que sempre gera uma divertida tensão na hora dele executar suas tarefas (ele terá ou não uma crise?). Cenas dele pirando o cabeção infelizmente aparecem em excesso, e pior, diversas seqüências com “palavras flutuantes” fazem uma referência-que-mais-parece-plágio com Uma Mente Brilhante.

Por falar nisso, Dirt, em seu aspecto visual, flerta perigosamente com o brega. Além das letrinhas saltitantes, temos a seqüência inicial com as capas de revistas imaginadas pro Spiller e as conversas por mensagem de texto. O defensor mais ortodoxo da série diria que é uma sátira ao glamour de Hollywood. Pra mim pareceu descuido de pós-produção. E a cena de Holt salvando sua (linda, linda) namorada você já assistiu recentemente – o que também é grave, já que a fonte em si nem era a seqüência mais original do universo.

Resta ao showrunner Matthew Carnahan (cuja maior credencial é o guilty pleasure Fastlane) saiba como tocar o barco. Torçamos por ele.

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